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ALBARRACÍN

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Localizada na comunidade autónoma de Aragão, província de Teruel, Albarracín é uma pequena comunidade (cerca de 1075 habitantes em 2007) com origem no período medieval,  encravada sobre uma colina dos Montes Universales, num istmo do Rio Guadalaviar.

Protegida por uma enorme vala que servia de fosso e por um castelo com uma grande muralha exterior, para além de manter a traça arquitectónica pouco alterada, com o traçado das ruas perfeitamente adaptado a uma topografia montanhosa e acidentada, preserva na esmagadora maioria das casas e monumentos, típicas paredes irregulares de estuque/barro avermelhado, com travamentos em madeira. Dizem que os matizes provocados pelo sol na alvorada e crepúsculo são… espectaculares… mas apanhei sempre neblina…

Próximo, a sudeste da Sierra de Albarracín, esconde-se uma das mais incríveis paisagens naturais de Aragão: o Rodeno de Albarracin, lugar singular, formado por florestas de pinheiros nas rochas avermelhadas, foi ocupado pelo homem em tempos pré-históricos, e conserva amostras de arte rupestre.

Outra das características geológicas mais importantes da Sierra de Albarracín são os maciços rochosos denominados por “muelas” (pelas semelhanças com as molas helicoidais), salientes da paisagem com as suas paredes verticais e achatadas nos perfis superiores. As zonas mais “agrestes” situam-se nas sierras Jabaloyas e Tremedal.

Por último mas tão ou mais importante, a Sierra de Albarracin é o local de nascimento do “nosso” Rio Tejo, ficando próximo o PN Alto Tajo – motivos mais do que suficientes para despertar a minha natural curiosidade.

Aproveitando uma janela de bom tempo durante as chuvas torrenciais que afectaram todo o nordeste de Espanha em Agosto (precipitações de até 140 litros por m2/H), ficam as memórias fotográficas desta recente viagem.

Para verem as fotos, cliquem na primeira e sigam o “slide show”.



ESPANHA – PIRINEUS

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Há muito que andava com vontade de “explorar” a cordilheira montanhosa que estabelece a fronteira natural entre Espanha e França durante cerca de 430 Km, os Pirenéus. A oportunidade surgiu este ano, tendo decidido começar em S. Sebastian e embrenhar-me no Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido. Ainda bem que o fiz, pois recomendo vivamente a quem possua uma viatura 4×4 e, preferencialmente, seja acompanhado por outra (quem não tenha, pode chegar à maior parte dos locais por estradas florestais ou secundárias embora sem o privilégio de aceder a alguns trajectos de inigualável beleza). Na semana passada, ainda havia muita neve e muita água do degelo resultante de um dos mais rigorosos Invernos de que muitos têm memória (apenas algumas semanas antes, havia aldeias com mais de 4m de neve), tornando alguns trilhos bastante degradados e mesmo perigosos, obrigando a frequentes reconhecimentos a pé. Existem cerca de 200 cumes acima dos 3000 m de altitude, sendo o Aneto (3404 m) o mais alto, e estando o Monte Perdido (3355 m), o Marbore (3328 m) e o Añisclo (3263 m – onde acabei a viagem, apesar de termos seguido por estrada até Andorra) integrados no PN de Ordesa e Monte Perdido. As imagens que seguem não conseguem fazer justiça ao que observámos e sentimos, mas dão uma ideia aproximada. Quem quiser o track pode solicitar por email.

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NA ROTA DO TEJO

Em período estival, a água exerce sempre uma grande atracção. Se a quantidade for suficiente (o mar, um vasto lago ou mesmo o leito de um grande rio) funciona como moderador térmico e ajuda a atenuar o calor. Seguindo uma sugestão amiga, parti uma semana para Espanha, decidido a explorar estradas e caminhos florestais das Batuecas, Gredos e PN de Monfrague. Rapidamente, a presença de inúmeros riachos e praias fluviais e a proximidade do Tejo, transformou a ideia inicial e decidimos seguir parte do percurso do rio, através do respectivo Parque Natural do Tejo Internacional.

As fotos que seguem representam cronologicamente o traçado seguido, desde o PN Monfrague entrando em Portugal pela fabulosa e ainda monumental ponte romana de Alcantara – Segura, seguindo até Vila Velha de Ródão, passando uma noite na barragem Marechal Carmona, em Idanha a Nova. Do lado espanhol verifica-se uma inequivocamente maior protecção da flora mediterrânica original e, em ambos, procura preservar-se uma fabulosa biodiversidade da fauna, em particular, do lince ibérico, da águia real e dos grifos – destes, só não vimos os linces.



Aqua Flavia a Santiago de Compostela
07/07/2009, 01:49
Filed under: Espanha | Etiquetas: , ,

 O amigo Parola  ( ver sítio )  tinha lançado o desafio de uma voltinha, desde Chaves (Aqua Flavia, para os Romanos) até Santiago de Compostela, tentando seguir a denominada Rota de Prata dos Caminhos de Santiago.

Com o início da “peregrinação” em Feces de Abaixo, aos quatro  “peregrinos” que se juntaram na sexta-feira na Lousã (o Parola, a Rosa, o “je” e a Luísa)  somaram-se em Allariz o Miguel e a Carla  e a “peregrinação” desenrolou-se nos nossos habituais 4×4 e primou pelo saudável companheirismo e boa disposição. No meu caso, percorri exactamente 1310 kms na viagem de ida e regrsso a casa e os tracks do “Caminho” estão no link acima indicado.

Para quem está esquecido ou tenha curiosidade, recordo que a Rota de Prata tinha cerca de 29.000 kms e as suas caracterísiticas podem ser consultadas aqui  .

 Realço que esta parte da rota está algo degradada, só se vislumbando um ou outro peregrino esporadicamente.

Do percurso, saliento o Castelo de Monterrei (também degradado, a fazer lembrar o estado de muito do nosso património histórico militar), as aldeias até Transmiras, o parque de campismo de Ervernadoiro em  Allariz e as ainda reconhecíveis vias romanas completamente cobertas de vegetação que nos levaram ao mosteiro de  Santa Maria de Oseira ( link ).

O final da “peregrinação” seguiu pela ponte de Ulla, fez uma pausa no parque de campismo de Cancellas, de onde partimos a “penantes” para o centro histórico e para a Catedral de Santiago – onde foi bom regressar.

De notar que toda esta zona “fervilhava” com a agitação de um “Mercado Medieval” e a presença de inúmeros peregrinos e muito mais curiosos e turistas.

Os registos digitais: